União dos Povos Indígenas: Celebrando a Vitória da Terra contra a Tese do Marco Temporal
Aimarás e Quéchuas celebram a união dos povos indígenas, uma vitória da terra e da cultura em São Paulo.
No domingo, 25 de setembro de 2023, um evento de grande significado histórico ocorreu na Aldeia Guarani, localizada no Pico do Jaraguá, em São Paulo. Foi a cerimônia de comemoração e unificação dos povos indígenas do continente sul-americano, um acontecimento marcante após uma importante decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que favoreceu os indígenas no Brasil ao barrar a Tese do Marco Temporal.
A comitiva do Centro Cultural Andino Amazônico (CCAA) confirmado por imigrantes, marcou presença neste evento crucial, representando os povos Aymaras e Quechuas da Bolívia e do Peru. Durante o discurso da comitiva, as palavras de união entre os povos originários de "abiayala" (sul-americana ecoaram com firmeza. A Whiphala), símbolo da união dos povos indígenas, foi erguida durante a cerimônia, um colorido emblema que representa a união de milhares de nações indígenas sul-americanas. A representante quechua do CCAA carregou orgulhosamente o símbolo de força e da união dos povos.
O Aymara Oscar, enfatizou a defesa da "PACHAMAMA", a mãe terra, reafirmando que os únicos verdadeiros defensores da integridade da natureza são os povos indígenas do mundo. Ele concluiu sua fala com um forte "JALLALLA!!!" - uma frase que simboliza a vitória, a união da comunidade e a prosperidade.
Maria dos Santos, cacique do povo Itawera, é a anfitriã da cerimônia comemorativa dedicada à luta dos povos originários do Brasil. foto - Bolívia Cultural.
Maria dos Santos, cacique do povo Itawera, que habita na Terra Indígena do Jaraguá, expressou sua gratidão pela visita dos parentes Aymaras e Quechuas. Ela lembrou a todos os presentes, de diferentes etnias, que a luta não se encerra com uma batalha vencida; a guerra continua em busca dos direitos legítimos dos defensores da mãe terra. A mensagem que ressoou nesse evento foi a de que a união e a persistência são essenciais para garantir um futuro melhor para os povos indígenas e para a preservação da natureza.
Tradição no Apthapi e Acullico das folhas sagradas de coca
Os imigrantes aymaras e quechuas encerraram sua participação celebrando o "Apthapi", compartilhando alimentos que cada um deles havia preparado para a ocasião. Essa tradição foi realizada sobre os tradicionais "aguayos", que são tecidos coloridos estendidos sobre a terra, proporcionando um contato direto com a "pachamama", a mãe terra.
No final da celebração, os imigrantes compartilharam folhas de coca sagradas entre os presentes. Maria dos Santos, cacique do povo Itawera, recebeu com um sorriso no rosto algumas folhas de coca e afirmou: "vou misturar estas folhas com meu chimarrão ainda hoje", demonstrando seu apreço pela tradição e sua conexão com suas raízes.
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