Live Especial: O 8 de Março e as Mulheres Imigrantes e Refugiadas
Onde estão as mulheres migrantes e refugiadas no Dia Internacional da Mulher
O 8M – Dia Internacional da Mulher – é um dia de celebração e de reflexão profunda a respeito de toda desigualdade e violência que sofrem as mulheres no mundo, é um momento especial para voltarmos o olhar sobre as mulheres imigrantes e pensarmos criticamente sobre como a maioria da sociedade as trata.
É um momento para combater o silenciamento que existe e normaliza a desigualdade e as violências sofridas pelas mulheres, além de ser um espaço para repensar atitudes e tentar construir uma sociedade sem desigualdade e preconceito de gênero.
Quando falamos em desigualdade e preconceito de gênero não podemos deixar de abordar outros espaços da vida nos quais as mulheres são prejudicadas, tais como o trabalho, o estudo, a participação política, o abandono que muitas sofrem por parte de seus parceiros durante a gravidez, as diversas formas de assédio sexual, incluindo a violência física e a violência mental.
Nesta direção, outro aspecto importante é sobre a saúde mental das mulheres, muitos especialistas apontam o grave problema que se manifesta na tripla jornada de trabalho (sobrecarga, estresse, cuidado das crianças, idosos e dependentes em geral, pouco descanso etc.). Além disso, as mulheres vivem várias crises nos âmbitos social, econômico, sanitário, climático, alimentar (crescente feminização da fome) e, até mesmo, no âmbito criminal.
Nestes últimos tempos a pandemia provocou o agravamento da fome e o crescimento da pobreza que era um problema que já existente há muito tempo, segundo o relatório divulgado pela OXFAM (julho de 2021) cerca de 11 pessoas morriam de fome por minuto e no auge da pandemia (covid-19) morreram 7 pessoas por minuto.
Neste contexto, a situação das mulheres imigrantes é mais dramática, pois a grande maioria vive uma situação de vulnerabilidade e com a pandemia da Covid-19 muitas imigrantes ficaram sem trabalho, sem renda, sem efetivos benefícios do apoio emergencial e, no caso das mulheres migrantes em conflitos com a lei, vivem sem contato com os familiares.
Diante de tudo o que foi aqui exposto, vale ressaltar que existem mulheres imigrantes invisibilizadas em conflito com a lei, mulheres LGBTIQIA+, mulheres imigrantes moradoras de rua, mulheres vítimas de tráfico de pessoas e trabalho análogo ao escravo, entre outras.
Especialmente, no que diz respeito às mulheres em conflito com a lei o 8M representa não apenas uma forma de visibilização, mas também uma forma de desconstrução da moralidade que incide mais fortemente sobre os corpos femininos, pois com o processo de feminização da pobreza, as mulheres estão sendo cada vez mais cooptadas a praticarem atos delituosos de forma direta, através do tráfico de pessoas para finalidade de criminalidade forçada, ou indiretamente, por meio da precariedade de seus contextos de vida. No entanto, ocupam lugares subalternos na hierarquia do crime, não tem poder de agência, raramente praticam crimes violentos e continuam recebendo penas bastante elevadas.
Mulheres mães, chefes de família, líderes comunitárias são retiradas de seus contextos de vida, impactando uma ampla gama de núcleos sociais, para enfrentar um ambiente inóspito e não adaptado à saúde física e mental da mulher. Há relatos verídicos de mulheres que utilizavam pedaços de pão para substituir a falta de absorventes nas unidades prisionais.
Ademais, não podemos deixar de lembrar das mulheres que, além de enfrentarem múltiplas violações de direitos dentro das unidades prisionais, ainda sofrem com o abandono de seus companheiros e familiares. As filas de visitantes em presídios são majoritariamente compostas por mulheres. No entanto, quando são elas a perderem a liberdade, não encontram reciprocidade no cuidado que sempre deram aos seus parceiros.
Nesse sentido, é premente que neste 8M também voltemos os nossos olhares para as mulheres criminalizadas e subalternizadas. Em suma, que voltemos a nossa atenção para a periferia da margem, local que tem cada dia mais rosto de mulher.
Nesse sentido, queremos que o 8M seja ao mesmo tempo um motivo para celebrar e um espaço para exigir políticas públicas efetivas para as mulheres imigrantes e refugiadas.
Instituto Terra - Trabalho e Cidadania ITTC - Centro da Mulher Imigrante e Refugiada CEMIR.
Objetivo da Live: Evidenciar no 8M a situação das mulheres imigrantes e refugiadas, exigindo políticas públicas que respondam as suas demandas.
SERVIÇO:
Dia:
Terça-feira 8 de março de 2022
Hora:
19h30 às 21h00
Organizadoras:
CEMIR, ITTC
Participantes:
CEMIR, ITTC e GRITO DOS EXCLUIDOS
Apoio:
Sindicato Aeroespacial - SP
fonte: Sindicato Aeroespacial TV
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