O dia da Chakana
A Chakana o símbolo milenar da integração e identidade das nossas culturas. A palavra chakana é traduzida em quíchua como "escada" ou "objeto em forma de ponte", e em aimará como "a de quatro pontes", cruz andina ou cruz quadrada.
A Chakana é uma constelação de grande significado nos Andes e também é o nome do símbolo andino que a representa. Seu nome vem do aimará "Jach'a Qhana", que significa "grande luz resplandecente", e por isso em muitos lugares dos Andes ainda é pronunciada "Achakana", em vez de "Chacana". Em quíchua, a palavra significa "escada" ou "objeto em forma de ponte" (do aimará: pusi chakani 'a de quatro pontes'), "cruz andina" ou "cruz quadrada".
A chakana é um símbolo milenar dos povos indígenas dos Andes centrais nos territórios onde se desenvolveram tanto a cultura inca (sul da Colômbia, Equador, Peru, oeste da Bolívia, Chile e Argentina) como algumas culturas pré-incaicas (Peru e Bolívia). É possível que em Ancash, Huánuco e Nor Lima pré-colombianos tenha sido chamada de tsakana.
A chakana tem uma antiguidade de mais de 4000 anos, segundo o arquiteto Carlos Milla. Hoje em dia, a cultura aimará ainda reproduz o gráfico da chakana em suas roupas. Igualmente, os aimarás ainda mantêm o calendário lunar de 13 meses com 28 dias cada mês, utilizado pelos antepassados: 13 vezes 28 resultam em 364, o dia 365 era considerado o dia zero, algo como uma espécie de início do ano novo andino. Esse dia é o 3 de maio, quando a Cruz do Sul adquire a forma astronômica (geométrica) de uma cruz latina perfeita.
Imigrantes andinos trazem a cosmovisão de uma das civilizações mais antigas do mundo para o Brasil
Os imigrantes andinos têm trazido para o Brasil muito mais do que a sua força de trabalho. Eles carregam consigo uma rica herança cultural, proveniente de uma das civilizações mais antigas do mundo, que tem sido compartilhada e difundida em terras brasileiras.
Uma das expressões mais marcantes desta cultura é o símbolo da chakana, que acompanha os imigrantes andinos em suas migrações para o Brasil. Esta figura geométrica ancestral pode ser encontrada em diversas vestimentas e artesanatos, e pode ser apreciada nas feiras bolivianas que ocorrem em São Paulo, como a Feira Kantuta (Parí) e a Feira Coimbra (Brás).
A presença do símbolo da chakana nestas feiras é apenas um exemplo da riqueza cultural que os imigrantes andinos trazem para o estado de São Paulo e para o Brasil como um todo. Além disso, eles também trazem consigo a sua cosmovisão e formas de vida, que incluem práticas religiosas, gastronomia, música e dança.
Esta contribuição cultural é de grande valor para o Brasil, já que permite o enriquecimento e a diversificação da cultura local. Além disso, os imigrantes andinos são um exemplo de perseverança, trabalho árduo e resiliência, que podem ser admirados e valorizados por todos aqueles que têm a oportunidade de conhecê-los.
Em resumo, a presença dos imigrantes andinos no Brasil traz muito mais do que a sua mão de obra. Eles trazem consigo a riqueza cultural de uma das civilizações mais antigas do mundo, que é compartilhada e difundida em nosso país, contribuindo para a diversidade e a riqueza da nossa cultura.
Foto/artes:
Ministerio de Culturas,
Descolonización y Despatriarcalización de Bolivia.
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