Nota de repúdio ao comentário perverso da Rádio Bandeirantes sobre o Bolívia Cultural.

O portal de notícias Bolívia Cultural (BC) vem a público manifestar seu amplo repúdio e indignação à perversa nota realizada pela Rádio Bandeirantes (em 18/2/2016), na qual o Bolívia Cultural é qualificado como “Site usado para divulgar as emissoras clandestinas”.

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Nota de repúdio ao comentário perverso da Rádio Bandeirantes sobre o Bolívia Cultural.

Esta afirmação desqualifica o trabalho de repercussão internacional que o Bolívia Cultural conquistou em 8 anos de trabalho, num universo de milhares de ações de produção e promoção dos direitos humanos, cultura, folclore, educação, diversidade sexual, religião, saúde e, principalmente, na promoção de integração da América Latina.

Deve-se considerar que o Bolívia Cultural criou inúmeras campanhas e projetos que promoveram o combate a xenofobia, racismo e intolerância no Brasil. Dessas ações, podemos destacar o projeto “VIOLÊNCIA NÃO – Quebrando o Silêncio” – projeto que promoveu os direitos humanos e denunciou os atropelos contra imigrantes latino-americanos no Brasil (considerado um dos 34 projetos de destaque do Brasil em 2015 pela Social Good Brasil). Acompanhe o link a seguir: www.violenciano.com.br

A nota da Rádio Bandeirantes é duma infelicidade tamanha, que não só atenta contra o Bolívia Cultural, mas como atropela a liberdade de expressão garantida na Declaração Universal dos Direitos Humanos, em seu artigo 19º, que expressa que “Todos têm o direito à liberdade de opinião e de expressão. Este direito inclui a liberdade para ter opiniões sem interferência e para procurar, receber e dar informação e ideias através de qualquer meio de comunicação e sem importar as fronteiras” e que também foi ratificada pelo Brasil em 1988.

A gravação telefônica do diretor do Bolívia Cultural, sem autorização e sem identificação, demonstra claramente a intenção premeditada de manipulação, com finalidade de obter um produto tendencioso, ferindo a ética jornalística.

Na gravação, a retórica do nosso diretor era muito mais ampla sobre o problema social que se vive no Brasil e no mundo. O aproveitamento da gravação original foi mínimo, sendo descartado 95% do conteúdo capturado e o resto havendo sido editado perversamente.

Alerte-se que o Bolívia Cultural sempre colaborou nas inúmeras ocasiões com o Grupo Bandeirantes (BAND), como fonte de informação e cooperação com colegas de pauta e jornalistas, sempre que solicitado em relação às matérias culturais e sociais da história da migração latino-americana no Brasil (colaboração frequente com todos os meios de TV, rádio, jornal e web no Brasil). Em 2014, aceitamos o convite do programa “Brasil com S” (RÁDIO BAND NEWS FM). Acompanhe os links a seguir: http://site.boliviacultural.com.br/ver_noticias.php?id=2346
http://bandnewsfm.band.uol.com.br/Noticia.aspx?COD=697731&Tipo=227
Participação realizada nas instalações dos estúdios da BAND, na região do Morumbi, na cidade de São Paulo. “A nossa participação não foi editada em momento algum”.

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FERIR A INTEGRIDADE DO BOLÍVIA CULTURAL É FERIR A LIBERDADE UNIVERSAL DA COMUNICAÇÃO!

INTERVOZES, coletivo Brasil de comunicação social

O direito à comunicação é um dos pilares centrais duma sociedade democrática. Assumir a comunicação como um direito humano significa reconhecer o direito de todas as pessoas de ter voz, de se expressar. Significa reconhecer a comunicação como um direito universal e indissociável de todos os outros direitos fundamentais.

Se comunicação é um direito, é preciso que haja a permanente busca por garanti-lo. Portanto, enquanto há impeditivos (sejam eles sociais, políticos, econômicos ou técnicos) para a realização plena desse direito, é dever e papel do Estado a promoção da pluralidade, da diversidade e da luta constante pela superação dessas desigualdades.


Helena Martins, jornalista, doutoranda em Políticas de Comunicação na UnB e integrante do Intervozes.

Isso levou organizações internacionais como a Unesco e mesmo nações como a Bolívia a reconhecerem oficialmente esse direito. Mesmo o Brasil já possui uma lei que se refere à comunicação como direito: o Estatuto da Juventude, em seu artigo 26, estabelece que “o jovem tem direito à comunicação e à livre expressão, à produção de conteúdo, individual e colaborativo e ao acesso às tecnologias de informação e comunicação”.

Na prática, o direito humano à comunicação significa que todas as pessoas devem poder e ter condições para se expressar livremente, ser produtoras de informação, fazer circular essas manifestações, sejam elas opiniões ou produções culturais. Portanto, não basta ter liberdade de expressão ou acesso a uma vasta gama de fontes de informações. É preciso que Estado e sociedade adotem medidas para garantir que todos e todas possam exercer esse direito plenamente.

Neste sentido, é necessário atuar contra as diferenças econômicas, sociais e políticas que fazem tão poucos terem condições de serem produtores/as e difusores/as.

Significa impedir, como prevê a Constituição, qualquer forma de concentração dos meios de comunicação. Significa promover a diversidade cultural, apoiando a produção e a veiculação de conteúdo regional, combatendo os preconceitos e distorções na forma como a mulher, o/a negro/a, o/a homossexual, os/as povos tradicionais, os imigrantes e migrantes, e tantos outros e outras são retratados pela mídia.

 

Outras demonstrações de apoio e indignação à desqualificação que o Bolívia Cultural recebeu da Rádio Bandeirantes.

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Rogerio Sottili - Secretário Especial dos Direitos Humanos do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos.

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Luiz Bassegio - Grito dos Excluidos Continental.

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Ailton Santos, Movimiento Negro - Periferia Ativa - Comité Contra o Genocidio da População Pobre, Preta e Periferica.

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Paulo Illes - Coordenador de Politicas para Migrantes da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo.

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