No Dia Internacional da Mulher, especialistas falaram sobre a violência contra a Mulher Imigrante
O Manual responde à demanda por materiais de formação em relação ao atendimento jurídico a migrantes e refugiados, e inclui ferramentas práticas que podem ser utilizadas por organizações e serviços que atendem esse público, bem como pelas redes de migrantes e refugiados.
Mesa de diálogo fo composta de esquerda a direita por, Leonice Alves da Paz, presidente do Instituto MLP (moderadora) Dra. Patricia Vega, advogada (Violência patrimonial), Dra. Sonia Flores, médica (Violência sexual), Dra. Gabriela Rodrigues, Delegada da defesa da mulher (Rede de apoio prevenção e sensibilização social). foto - Bolívia Cultural.
As especialistas direcionaram a exposição nos ambientes:
• REDE DE APOIO PREVENÇÃO E SENSIBILIZAÇÃO SOCIAL;
• VIOLÊNCIA SEXUAL;
• VIOLÊNCIA PATRIMONIAL.
O teor do dialogo conseguiu permear as dificuldades, e violências que as mulheres imigrantes sofrem no Brasil, independentemente da cor de pele, procedência, ou caraterísticas culturais. Tem se definido que a mulher imigrante vive numa vulnerabilidade muito maior por fatores que podem ser melhor entendidos com o texto a seguir:
DIA INTERNACIONAL DA MULHER
Uma data que as mulheres imigrantes tem pouco pra celebrar!
Data propicia para conhecer e combater inúmeros tipos de violência contra as mulheres, de entre as quais as imigrantes tem sido vulneradas na totalidade dos seus direitos.
As múltiplas formas de violência que atingem as brasileiras no cotidiano também são vivenciadas por mulheres imigrantes que vivem no País. O silêncio sobre tais violações, entretanto, prepondera entre essas mulheres, seja pela vulnerabilidade e dependência econômica do parceiro, por não falarem o português, por estarem com a documentação irregular, por não encontrarem acolhimento adequado na rede de atendimento ou ainda por não reconhecerem a violência que sofrem.
O debate VIOLÊNCIA NÃO! navega nas águas do legado histórico de inúmeras mulheres imigrantes que lutaram na conquista de politicas publicas onde a mulher estrangeira sejam consideradas, mantendo suas peculiaridades culturais e sociais que cercam a questão da violência contra as mulheres imigrantes.
Há grandes dificuldades que essas mulheres enfrentam ainda hoje. Primeiro, tem a questão da língua, elas não se sentem à vontade e as instituições não estão preparadas para fazer o atendimento. Segundo, muitas vezes, elas estão aqui de forma irregular e, com isso, não acreditam que têm direitos e que podem buscar o sistema de justiça ou qualquer outro serviço. Então, elas acabam deixando de lado e não buscando uma solução para essa violência.
Invisibilidade da mulher na migração
As mulheres imigrantes no Brasil ocupam o 50% do universo total do deslocamento humano, a migração era tratada como algo exclusivamente masculino. Em tempos passados a mulher era vista como um apêndice, que acompanhava o marido, pai ou os filhos, realidade que mudou nos últimos anos. Mesmo com estes dados, ainda hoje, a migração é vista com o olhar masculino, pouco se fala da mulher.
Quem mais sofre numa guerra e sobre quem a gente nunca fala são as mulheres. São elas que perdem os filhos, que sofrem o reflexo da perseguição ao marido, que ficam vulneráveis ao estupro e outras formas de violência e são elas que ficam invisibilizadas.
Histórico de violência
A história dessas mulheres carrega, em sua maioria, marcas de violência. Muitas mulheres fogem do país de origem para escapar do cenário de violência doméstica, sexual, de um casamento forçado ou da mutilação genital. Algumas enfrentam dificuldades adicionais por conta da restrição de acesso ao passaporte nos países em que o marido é o titular do documento.
Ao chegar a um novo país, as violências, entretanto, podem continuar. As mulheres são mais vulneráveis que os homens no processo migratório, em que a aproximação com os brasileiros é, muitas vezes, dificultada. Às vezes, a comunidade na qual essa mulher está inserida a isola dos brasileiros criando guetos que a aprisionam na invisibilidade. Muitas estão no Brasil há anos e não sabem falar o português. A barreira da língua é muito grande por conta desse isolamento.
Tráfico para exploração sexual
A violência pode ainda ser perpetrada no trajeto da migração dessas mulheres. Casos de estupro, abandono no meio de locais desertos e sequestro não são raros, em casos de mulheres que, ao tentar escapar da violência, acabaram como “mulas” do tráfico ou aliciadas para fins de exploração sexual.
Quando se fala do Brasil profundo, não há uma rede que dialoga, mas uma ou outra pessoa comprometida com aquela questão. No sistema carcerário das regiões de fronteira, muitas vezes, as mulheres indígenas e estrangeiras são discriminadas pelas brasileiras e, por vezes, torturadas.
Rompimento do silêncio
A naturalização da violência pela própria vítima, após anos no ciclo de violência doméstica, é outro fator que corrobora com o silêncio em relação a essas violações.
Elas demoram muito para se identificar enquanto pessoas em situação de violência doméstica e familiar, porque, na maioria das vezes, vêm de países que, como o Brasil, tem uma cultura machista muito naturalizada e, às vezes, não compreendem a situação que vivem como violência. Muitas vezes, só no momento em que vêm trazer o relato de algo muito grave – de violência corporal, sexual ou que atinge os filhos – é que elas se dão conta de um ciclo de violência muito longo”.
O mesmo se repete nos casos das mulheres vítimas de violência sexual. Muitas mulheres que vem para o Brasil foram vítimas de violência sexual e não buscam atendimento médico porque, muitas vezes, isso não existia no país de origem delas. E, mesmo depois de anos, continuam sofrendo com dores e problemas de saúde decorrentes da violência que sofreram.
As mulheres imigrantes vítimas de violência sexual devem receber o acompanhamento médico e psicológico.
Essas mulheres chegam aos centros médicos ainda com sequelas, muitas vezes, não conseguem fazer a profilaxia a tempo, mas ainda precisam de tratamento, principalmente o psicológico, para superar o estresse pós-traumático.
Neste universo de violação de direitos a mulher imigrante luta por uma vida nova distante da violência, esta luta não é fácil, porem com ajuda de um ombro amigo, a luta pode ser menos tortuosa, com um desenlace feliz.
SEJAMOS SOLIDÁRIOS,
CUIDEMOS DAS NOSSAS AMIGAS!!!
Assista o vídeo VIOLÊNCIA NÃO! aqui.
A LIVE aconteceu no Centro do Imigrante na R. Dr. Costa Valente, 306 - Brás, na manhã de segunda-feira 8 de março de 2022.
Organizado por:
- Centro de Saúde da Mulher Imigrante e Refugiada;
- Centro do Imigrante;
- Instituto Impacto Saúde;
- Capleo Vega.
Apoio:
- Bolívia Cultural;
- Gutiban;
- Instituto MLP.
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