Ensaio Sociológico Migratório: Publicado na Revista da USP pelo Boliviano Eduardo Schwartzberg
O ensaio, intitulado "A sociologia da imagem e seu potencial epistemológico nos estudos migratórios", foi publicado na renomada revista da Universidade de São Paulo (USP), sob a autoria do doutorando boliviano Eduardo Schwartzberg, que atualmente está cursando seu doutorado na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP. Este ensaio representa uma valiosa contribuição para o campo acadêmico e demonstra o comprometimento de Eduardo com a pesquisa na interseção de diversas disciplinas na EACH-USP. A publicação desse ensaio é um testemunho da excelência acadêmica que a EACH-USP promove e incentiva em seus alunos e pesquisadores.
Publicado em 25/09/23 às 15:28h
O sociólogo italiano Franco Ferraroti, em seu importante texto intitulado Las Historias de vida como método, fundamenta a importância dos métodos qualitativos para a análise do social, e principalmente faz referência ao método de histórias de vida. O autor argumenta que os métodos quantitativos se limitam aos dados, às respostas fechadas de sim ou não; mas os métodos qualitativos, e no caso do método de histórias de vida, o sujeito não se reduz a um simples dado, é um processo, o qual tem uma historicidade que deve ser entendida e respeitada.
No entanto, Ferraroti defende a ideia que, para realizar uma pesquisa utilizando o método de histórias de vida, é necessário um tempo que permita estabelecer uma relação significativa com as pessoas a serem entrevistadas, isto é, uma relação de confiança na qual, ao menos por um curto período, seja possível estabelecer uma relação de horizontalidade entre o entrevistador e o entrevistado.
Inicio o texto apresentando este prestigiado sociólogo, pois na dissertação de mestrado utilizei o método de histórias de vida e, na tese de doutorado em andamento, utilizo na estratégia metodológica. Porém, após vivenciar a experiência como imigrante desde o ano de 2015, quando cheguei ao Brasil vindo da Bolívia, e estudando novamente o processo migratório boliviano, posso afirmar que, na construção dessa relação significativa, identifico importantes nuances do que o sociólogo italiano afirma em seu trabalho.
E neste período que estou realizando novamente entrevistas, sinto que a tão almejada relação de horizontalidade depende principalmente das semelhanças entre o entrevistador e o/a entrevistado/a, semelhanças que também vêm das experiências do sujeito que pesquisa, e, no caso da migração, quando o entrevistador e o entrevistado partilham a mesma condição de estrangeiro, o que implica também uma relação de cumplicidade.
Leia o ensaio na íntegra aqui
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